Projeto Natureza Limpa está sendocogitado por empresários do Brasil e Exterior
O projeto está sendo especuladopor empresários de diversos países como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.No Brasil, somente na semana passada, prefeituras dos municípios como Gurupi(TO), Jundiaí (SP), Curitiba (PR) e Montes Claros estiveram na cidade paraconhecer o Natureza Limpa .
A maioria dos países civilizados atualmenteestão se preocupando com o destino final dos resíduos sólidos, sejam urbanos oururais, de suas sociedades. O Brasil não é diferente, ou melhor, em Unaí não édiferente. Hoje, o município que possui um lixão a céu aberto, sofre processosjudiciais, há anos, para que o local seja desativado e um aterrado sanitário –mesmo que seja controlado – possa ser implantado como solução consciente ecabível ao problema da destinação do lixo produzido pela população local. Mas em Unaí, ao mesmo tempo que possui umlixão, possui também um projeto socioambiental que busca transformar lixo emcarvão, em energia. Esse projeto é o Natureza Limpa, que há quatro anos foifundado por um empreendedor do município, Mário Martins.
De acordo com o próprio Mário, o projetoNatureza Limpa é uma referência mundial em matéria de sustentabilidadeambiental. “Temos o costume de falar que é um processo muito simples. Masdevido à eficiência, pela qualidade, o que ele faz realizar um processo dealtíssima tecnologia, que não existe nem nos Estados Unidos; tanto que aInglaterra quanto a Alemanha estão aguardando nossos projetos, por quê? Porqueeles têm uma tecnologia muito boa, mas é muito cara. O que nós fazemos aquicusta em torno de R$ 15, 20 milhões, lá é US$ 40, 50 milhões de dólares”,sustenta.
O projeto Natureza Limpa, segundoMário, não é um projeto limitado. De acordo com ele, o empreendimento, queatende especificamente a Lei Federal 12.305, abrange tanto o setor socialquanto o comercial, não só para Unaí, mas para todo o estado e o país. “Essalei é o seguinte: nós temos vários itens nela, mas nós temos que cumprir aparte social, que é gerar empregos e renda para os menos favorecidos; nós temosque devolver esses produtos recicláveis para voltar a ser produtos nossupermercados para serem consumidos novamente, como é caso do plástico, papel,papelão, alumínio, ferro, aço. E nós vamos fazer isso corretamente”, garante.
Conforme explicou o empreendedor,trata-se de um projeto que poderá, futuramente, ser exportado para outrospaíses como modelo de investimento empresarial sustentável. Hoje, a grandepreocupação de todos os países, sejam eles desenvolvidos ou não, é com relaçãoa destinação de seus resíduos, já que, se forem mal direcionados, podem causardanos tanto ao meio ambiente quanto ao próprio homem, como é o caso dacontaminação atmosférica e do lençol freático. “Vamos ajudar na questão desaúde. Vamos tratar esses produtos e mandar corretamente para a atmosfera.Desta forma estaremos cumprindo com a lei ambiental, com a lei social e a leicomercial”, explica Mário.
Processo
Conforme Mário detalhou ementrevista exclusiva ao Portal Unaí, na última sexta-feira, 15/03, todoprocedimento de carbonização dos resíduos se trata de um método simples ebastante prático. Segundo ele, são essas características, ou seja, apraticidade e a objetividade – tratando-se de resultados – que faz do NaturezaLimpa um projeto de molde universal. “Como funciona? Do jeito que o caminhãochegou da coleta da rua, ele não tem que fazer nada, é só descarregar no nossosistema; primeiro vai para o forno de secagem, depois passa pelo sistema derasgar as embalagens, sacolinhas – onde vai retirar o odor – e, logo em seguida,ele vai para um sistema onde será retirado as partes ferrosas, aí ele vai paraa esteira para cumprir a lei 12.305, que é a parte social do processo”,detalha. Segundo Mário, a cinza originária da queima dos resíduos, 3% de seuvolume inicial é utilizada “in loco” na produção de agregados de cimento. Navisão dele, o projeto Natureza Limpa se trata de uma tecnologia 100% nacionalde tratamento dos resíduos sólidos urbanos com qualidade ambiental, eficiênciasocial e “viabilidade econômica comprovada”.
Interessados
A viabilidade econômica pôde ser comprovada,pela visita do prefeito de Montes Claros – cidade com aproximadamente 350 milhabitantes – que no último dia 9, esteve em Unaí para conhecer o projeto.Segundo o prefeito, que falou com nossa equipe de reportagem, por telefone, suavisita se deu pelo fato de que o município de Montes Claros, que hoje produz300 toneladas de lixo por dia, pensa em implantar o projeto. “Trata-se de umaideia fantástica de dar um destino digno para o lixo, de não poluir a naturezae de não ter aterro. O Mário teve uma idéia que será a solução para o Brasil epara o mundo. Nossa proposta é trazer para Montes Claros e dar o destino certopara 300 toneladas lixo/dia, e, com isso, vamos gerar empregos e renda para apopulação”, anunciou o prefeito Rui Muniz.
Como ele, outros interessadosestão vindo à Unaí para saber mais sobre o projeto e, portanto, buscar meiosviáveis para sua implantação, como é o caso, segundo Mário, de cidades comoJundiaí (SP) e Curitiba(PR). “O nosso projeto é uma verdade, é uma realidade.Ele é o que tem de melhor, está aqui para quem quiser ver, está aqui para quemquiser visitar. Recebo gente aqui de todo os lugares, como é o caso do pessoalde Curitiba (PR), de Montes Claros – que pela segunda vez nos visitam – deJundiaí (SP) – que acabaram de chegar da Europa, e antes deles virem para cá,passaram antes no Rio de Janeiro e falaram para mim “de peito aberto”: Márioaqui no Brasil nada é parecido com seu projeto”, destaca.
O empresário também ressalta que não são só osbrasileiros que admiram o projeto, mas também os europeus. “Vamos ficar nahistória com certeza. Vamos rodar o planeta. Hoje, tenho negócio na Inglaterra,na Espanha, em Portugal, nos Estados Unidos, na Índia; aqui no Brasil, em quasetodos os estados. Então, os nossos amigos vão levar um choque, um susto”, prevêo empreendedor.
Realmente a ciência quando bemelaborada tem o poder de atrair investimentos de diversos setores. Um paísdesenvolvido se fez e se faz com ciência de ponta, caso contrário, fica a vidatoda dependente da importação de produtos e serviços. Por isso Mário ressaltaque junto com o projeto Natureza Limpa e sua implantação em Unaí, uma rede deoutros setores produtivos poderão se instalar no município, que hoje carece deempreendimentos industriais. “Depois dessa usina iremos trazer outras empresascomo, por exemplo, uma montadora de automóveis que produza pneus, baterias,pára-choques, pára-brisas e a parte elétrica. Então, assim, nós também vamosfazer com que o lixo gere outros produtos”, espera.
Segundo Mário, assim que o projeto estiver empleno desenvolvimento, cerca de 20 pequenas indústrias poderão se instalar nomunicípio. “Vamos fazer o ‘circuito fechado’, isto vai ser uma maravilha não sópara Unaí, mas para o nosso planeta”, afirma Mário, que antes de finalizar suaentrevista fez questão de agradecer e ressaltar o apoio dos unaienses ao seusonho, que hoje, segundo ele, é uma realidade. “Agradeço primeiramente a Deus,a minha esposa, os meus filhos por terem me dado todo o apoio. E também aosamigos que me ajudaram, que estiveram do meu lado até agora. Foi difícil, maschegamos lá. Hoje eu posso falar com toda garantia, que nós vamos fazer parteda história nessa área. Isso daqui é o ponta pé inicial, nós temos agora umasequência ambiental, como a geração de energia com outros resíduos como com póde arroz, pó de serra, capins e etc.”, defende Mário.